POR QUE DEVO ME EMPENHAR PARA FAZER UM TRABALHO PASTORAL EFICIENTE?

“Sereis felizes se o puserdes em prática”. (Jo 13,17) Como estamos desenvolvendo nossas atividades pastorais? Elas estão sendo executadas da forma correta? O que fazemos está alcançando os resultados que esperamos?

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“Sereis felizes se o puserdes em prática”. (Jo 13,17)

Como estamos desenvolvendo nossas atividades pastorais? Elas estão sendo executadas da forma correta? O que fazemos está alcançando os resultados que esperamos?

Essas são perguntas que devem nos levar a uma importante reflexão, que é o título deste texto: Por que devo me empenhar para fazer um trabalho pastoral eficiente? Para uma boa reflexão, vamos primeiro entender qual o real significado da palavra eficiência.

No Dicionário Aurélio encontramos a seguinte definição: “Eficiência é a ação ou virtude de produzir um efeito”. Já Peter Drucker, o pai da Administração moderna, diz que “a eficiência consiste em fazer certo as coisas: geralmente está ligada ao nível operacional, como realizar as operações com menos recursos – menos tempo, menor orçamento, menos pessoas, menos matéria-prima etc”.

Agora que compreendemos o significado da palavra, vamos tentar responder à pergunta que é o motivo deste artigo. Empenhar-me para fazer o trabalho pastoral de forma eficiente é extremamente importante para o bem da ação evangelizadora.

Sabemos que nossas comunidades possuem poucos recursos, o tempo disponível das nossas lideranças é escasso e os recursos humanos e financeiros são bem limitados. Sendo assim, é preciso pensar e executar o trabalho pastoral da forma correta.

Mas qual seria o modelo ideal de um trabalho pastoral eficiente?

O trabalho pastoral precisa ser uma necessidade

Para realizar com eficiência o trabalho pastoral, é preciso analisar o que é prioritário, ou seja, vamos de fato colocar nossos escassos recursos nesta ação evangelizadora? Ela é importante para o momento em que a comunidade vive e o contexto em que ela está inserida? Será que se realizarmos esta atividade vamos ter os resultados que esperamos, e nossa comunidade irá crescer e ampliar sua presença evangelizadora?

Pensar a estrutura pastoral da comunidade é pensar na necessidade real do processo evangelizador.

Vamos ao exemplo

Imagine que a comunidade X está inserida em um contexto cultural de classe média alta, no litoral catarinense. Um dos grandes desafios que os membros enfrentam é a baixa participação fora da temporada de verão. Neste período, tudo diminui, arrecadação, presença nas Missas, atividades evangelizadoras.

Por outro lado, um dado interessante levantado no censo da cidade é o aumento da população idosa na cidade, principalmente pessoas que se aposentaram e estão aproveitando a tranquilidade do litoral catarinense para descansar.

O pároco e o coordenador do Conselho de Pastoral da Comunidade identificam claramente a necessidade de um trabalho urgente com os idosos da cidade. Para isso, eles pensam na criação da Pastoral da Pessoa Idosa. Porém, há uma questão: a falta de pessoas para iniciar a pastoral.

Recentemente, na comunidade apareceu uma pessoa querendo começar as atividades da Pastoral da Criança, inclusive ela já conseguiu algumas pessoas para ajudar. Só que existe um problema: a paróquia não tem crianças para serem atendidas! O que existe é apenas a vontade de uma pessoa em implantar a pastoral.

Será que vale o esforço de iniciar esta ação? Não seria interessante propor que estas pessoas sejam realocadas para a Pastoral da Pessoa Idosa e comecem o trabalho, mesmo que para isso elas precisem passar por um processo de formação? Fazer o trabalho com eficiência é fazer o que é necessário!

A vivência da missão no trabalho pastoral

A missão que me refiro aqui, não é o anúncio, é a missão “razão de existir”. Realizar um trabalho eficiente requer dos agentes pastorais e de seus líderes um claro entendimento do que eles são chamados a realizar.

É muito comum encontramos nas comunidades paroquiais situações em que a pastoral está fazendo muitas coisas, menos o que é chamada a fazer. Por isso, é fundamental que o líder faça este exercício de constantemente estar conhecendo como deve funcionar as atividades básicas de uma pastoral. Uma boa dica é procurar as orientações nos documentos fornecidos pela Igreja. A CNBB tem uma variedade de livros sobre esse assunto.

Colocar a ação pastoral em prática

No início deste artigo coloquei uma passagem bíblica que tem tudo a ver com o pôr em prática a ação pastoral. Ser eficiente é a virtude de fazer o que precisa ser feito. Isso traz muitos benefícios! Primeiro, é que de fato cumprimos o que nos propusemos a realizar na Igreja. Segundo, é que ao executar com eficiência o que planejamos e sonhamos, nos dá uma sensação maravilhosa de cumprimento da missão e isso nos torna pessoas extremamente realizadas no âmbito pastoral.

Profissionalização e evangelização combinam?

Por fim, você acredita que profissionalização e evangelização combinam? Muitas vezes, na vivência pastoral caímos no erro de achar que porque é para a Igreja, podemos fazer de forma amadora e simples. Estamos completamente enganados, nunca foi tão necessário a busca pela profissionalização da evangelização.

Os desafios do mundo atual têm educado as pessoas a desejarem o que é mais belo, mais rápido, mais tecnológico, mais moderno, mais eficiente. Logo, é preciso pensarmos na ação pastoral de forma mais profissional, mais harmônica, mais cheia de estratégias e inovações. Isso não significa perdermos de vista a ação do Espírito Santo. Afinal, o conhecimento humano é dom de Deus.

Evangelizar com profissionalismo é sinônimo de fazer bem feito, de eficiência e também de eficácia, ou seja, de fazer uso das coisas certas no momento certo.